Um bebê indígena venezuelano da etnia Warao de 11 meses morreu no último domingo (23) em Mossoró/RN, após um quadro de desnutrição grave. A informação foi confirmada pela professora Eliane Anselmo, Antropóloga da UERN que acompanha o grupo de refugiados na cidade.
Segundo Eliane, o menino que pesava quatro quilos havia dado entrada na UPA do Bairro Santo Antônio, na última sexta-feira (21) no início da noite, com um quadro de diarreia e desnutrição. Ele foi encaminhado para a UTI pediátrica do Hospital Wilson Rosado, onde estava internado. No domingo, o quadro se agravou, e a criança veio a óbito.
Na certidão de óbito da criança consta que ela teve lesão renal aguda, sepse de foco indefinido, choque séptico. “A pediatra explicou que os rins paralisaram e depois o coração”, disse a professora ao TCM Notícia.
Segundo Eliane Anselmo, o bebê, assim como os outros refugiados venezuelanos que vivem em Mossoró se encontram em situação insalubre. No abrigo provisório onde estão alojadas as 15 famílias falta comida, só há energia pela noite e as condições dos banheiros são precárias, com fossa estourada.
“O grupo passa fome. Só tem energia durante a noite, sofrem o dia todo com o calor. Muitas crianças com problemas de pele, assim como a criança que morreu. Passam dias sem água quando falta no bairro”.
Para a antropóloga, a morte da criança teve influência da condição na qual os Warao estão vivendo. “Não tem como desvincular a saúde do bem estar, da alimentação e de condições mínimas de moradia, com a água e energia elétrica”.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte e a Defensoria Pública já entraram com ação contra o município de Mossoró, para que seja providenciado um abrigo adequado para os refugiados e que seja prestada também a atenção social necessária ao grupo.
“O Ministério Público e a Defensoria Pública já visitaram o abrigo e tiveram ciência das condições precárias de vida do grupo na cidade. São duas ações em curso na Justiça Federal contra o município de Mossoró, para prestar assistência aos Warao”, diz a professora.
Segundo Eliane, após a notícia da morte da criança, representantes da assistência social do Município realizaram visita no abrigo nesta terça-feira (25), “mas não apresentaram nenhuma solução concreta” para a situação.
O TCM Notícia entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura para saber quais ações de assistência são desenvolvidas contudo até o momento da publicação da matéria nenhuma resposta foi encaminhada.
TCM.
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