Quase 1 hora da manhã, o telefone do pequeno comerciante do bairro Aeroporto começa a tocar. A chamada pelo aplicativo Whatsapp era um alerta para que ele lesse as mensagens de ameaça. O homem do outro lado da linha mandava áudios dizendo que eles estariam atrapalhando os negócios da facção criminosa, e pedindo dinheiro para preservar a vida.
A ousadia era tanta que os criminosos começaram a fazer ligação por chamada de vídeo. Isso deixou a família do comerciante desesperada.
O portal TCM Notícia conversou com outros três comerciantes que também receberam as ameaças. Apenas um fez a transferência pedida pelos criminosos. Todos foram abordados de madrugada, em todos os casos as ameaças eram associada a facções criminosas insatisfeitas com a atuação do comercial, e em todas, os golpistas tinham muitas informações sobre a rotina e vida dos empresários.
O método
O golpe se trata de uma extorsão praticada com a chamada engenharia social. Como eles tinham tanta informação sobre os comerciantes? Tudo pode estar disponível para qualquer um através das redes sociais.
Para o delegado Alex Wagner, titular da Divisão de Polícia do Oeste (Divipoe), o crime é bem comum e conhecido, mas tem usado novas formas de iscas para atrair vítimas.
O delegado afirma que apesar de muitas vezes estes criminosos estarem em outros estados, a identificação deles é possível, mas para isso é preciso que mesmo quem não caiu no golpe preste queixa.
Poucos denunciam
Segundo a Polícia Civil, apesar de saber dos casos é difícil investigar por que poucos denunciam. Apenas dois boletins de ocorrência foram registrados nas últimas semanas sobre o caso.
“A gente acredita na sub-notificação. Muita gente sendo vitima e não denunciam. Mas as pessoas têm que procurar a polícia. Não tenham medo e não façam nenhuma transferência”, afirmou o delegado Cristiano Lopes de Melo.
Confira a fala completa do delegado, Cristiano Othon de Melo sobre os casos de extorsão contra comerciantes de Mossoró.
A Polícia Militar em Mossoró notou aumentou neste tipo de golpe nas últimas semanas. Para o subcomandante Sávio Diomédes, o golpe pode ser dificultado com alguns cuidados com as redes sociais.
“Com o desenvolvimento da tecnologia, o crime também vai acompanhando estas tendências. [] Quem está do outro lado da linha vai usar da sua fragilidade para obter da própria vítima novas informações. E muitas pessoas com o uso das redes sociais se expõem muito”
TCM Notícias
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